Reunindo três regiões do estado para discutir os caminhos da inovação.

 

Desafio

Como reunir pessoas de regiões diferentes, com níveis de maturidade diferentes sobre inovação? Como fazer isso de forma online, porém sem exigir muito da internet local? E como manter o engajamento do público ao longo de 16h, para discutir o fortalecimento do ecossistema de inovação local?

Resultados

  • 16h de conteúdo sobre ecossistemas de inovação;
  • 16 convidados para trocar experiências e gerar debate;
  • Cerca de 40 a 60 pessoas impactadas.

 

Clipping

Acesso aos conteúdos do fórum:

 

Sempre que trabalhamos com ecossistemas de inovação, independente do seu grau de maturidade, encontramos discursos próximos, quando perguntamos sobre os seus principais desafios:

“As ações são muito isoladas e mais concentradas na capital”; “Aqui existem ilhas de inovação, e uma não se conecta com as outras”; “As instituições não se comunicam e as ações se sobrepõem”; “Falta articulação e visão de longo prazo”.

No mês de setembro tivemos a oportunidade de trazer este tema à tona para os agentes locais do estado de Alagoas. O Sebrae Alagoas nos entregou a demanda: queremos alinhar conceitos de inovação com os participantes, para que todo mundo fique na mesma página, e queremos discutir ações e estratégias para o estado.

Sempre ficamos empolgados quando surgem demandas ligadas ao desenvolvimento de ecossistema de inovação. É um tema complexo, que envolve muitos atores e demanda articulação e estratégia, coisas que adoramos na Wylinka. Porém, como fazer isto online?

 

Problema

Embora um fator positivo dos eventos online seja a de ele quebrar fronteiras e ampliar as possiblidades de participação (no caso do Fórum, facilitando a participação de pessoas do Sertão e Agreste, com um público esperado de até 200 pessoas), esta possibilidade adiciona um desafio a mais para gerir: ecossistemas diferentes, com graus de maturidade diferentes, geram desafios diferentes e exigem conteúdos diferentes. A heterogeneidade dos participantes, vindo destas três regiões, nos obrigou a ser bem estratégico com relação aos conteúdos compartilhados.

Um segundo desafio, que aumentou ainda mais a complexidade do fórum, foi na verdade um pedido realizado pelo Sebrae: “Infelizmente temos potenciais participantes do fórum que não possuem uma boa conexão com a internet, então evitem usar mais de uma plataforma, para não sobrecarregar a internet deles”.

Confessamos que este último desafio nos preocupou bastante. Na Wylinka, já tínhamos uma base de facilitação online, para projetos que atuamos de forma remota. E obviamente com o isolamento social ampliamos nossas ferramentas e experiencias, aprofundando em ferramentas online e estratégias para manter o público engajado. No entanto para isto temos a liberdade de usar algumas plataformas e ferramentas que no contexto deste projeto não foi recomendado.

Para nos ajudar a resolver este desafio, sumarizamos estes requisitos: Como facilitar um assunto complexo, com um público super heterogêneo, por 16 horas, os mantendo engajados em uma única plataforma?

 

Desenvolvimento do projeto

O time de projetos da Wylinka estudou qual o melhor modelo de interação, considerando o perfil de público, o tema, e principalmente a carga horária. Desconsideramos qualquer solução que exigisse dos participantes a necessidade de migrar entre plataformas digitais e plataformas com uma demanda alta de banda de internet.

A solução veio com a decisão de focar em  conteúdos que se comunicassem com os participantes, mas ao mesmo tempo os inspirassem a serem protagonistas do ecossistema. E para aumentar o engajamento ao longo dos 4 dias, investimos em convidados com grande potencial de retenção de público, além de grande experiência nas temáticas trabalhadas. Com isso, teríamos conteúdos complementares aos apresentados pela Wylinka, e que ajudassem a inspirar os participantes, quebrando a rotina de fala da equipe do projeto.

Para fechar cada dia, também priorizamos convites a agentes e líderes locais, com o intuito de complementar o conteúdo e, principalmente, fazer uma correlação e um debate com a realidade local. Desta forma, trabalhamos com conteúdos mais densos, expostos pelo time do projeto (Wylinka), conteúdos e cases inspiradores tragos por convidados de outros ecossistemas, e debate sobre a realidade local. Esta metodologia funcionou como um funil:

 

 

E para cuidar do engajamento, estivemos constantemente mediando e envolvendo os participantes por meio do chat da plataforma de streaming (Youtube). Foi a forma encontrada, mediante todos os desafios já expostos, para interagir e envolver os participantes. Também criamos e disponibilizamos no primeiro dia um grupo de WhatsApp para interagir e trocar conteúdos com os participantes e possibilitar a eles o fortalecimento em rede, principalmente ao final do evento. O grupo será um legado do Fórum para os participantes.

No primeiro dia, abertura do Fórum, tivemos como tema “Inovação e Ecossistemas de Inovação”.  Seu objetivo foi alinhar com os participantes os principais conceitos sobre inovação e desenvolvimento de ecossistemas de inovação.

Neste primeiro dia tivemos convidados focados em discussões sobre ecossistemas de inovação. Alex Dantas, fundador do Circuit Launch, uma incubadora de hardware sediada no Vale do Silício e que em breve abrirá uma unidade no Brasil, trouxe sua experiência vivendo e empreendendo no Vale do Silício. Olavo Bevilaqua, da Bossa Nova Investimentos, trouxe sua visão e experiência enquanto fomentador de ecossistemas (do seu tempo de Techstars). E para fechar o dia e gerar o debate sobre o ecossistema local, trouxemos Rodrigo Rossiter, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Alagoas, que pode compartilhar as ações em desenvolvimento no estado e discutir junto com Olavo quais as oportunidades estão sendo viabilizadas para o ecossistema alagoano.

O nosso segundo dia de Fórum foi focado em como agentes públicos podem fomentar e facilitar o desenvolvimento, fortalecimento e conexão de ecossistemas de inovação. O seu objetivo foi trazer experiências do setor público em inovação, além de conceitos relacionados ao novo marco legal de inovação, que traz várias oportunidades para quem deseja inovar. Também trouxemos um convidado com uma fala específica sobre capitação de recursos para a inovação, conectado às oportunidades trazidas pelos temas anteriores.

Assim como no primeiro dia, tivemos convidados para complementar a fala da Wylinka, trazendo cases inspiradores, e conectando com a realidade local. Tivemos Ana Calçado, Diretora Presidente da Wylinka, comandando um painel junto com o João Reis, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo. Neste painel, Ana trouxe as experiências da Wylinka com dois projetos de políticas públicas para a inovação (SEED e Global Innovation Policy Accelerator) e João Reis trouxe as experiências do Programa IdeaGOV, realizado pelo Estado de São Paulo. Já Nathália Domingues trouxe um conteúdo sobre as oportunidades do Novo Marco Legal da Inovação, que foi conectado pelo conteúdo trago por Augusto Teixeira, da ABGI, empresa especializada em capitação de recursos para a inovação. Por fim, realizamos um painel, conectando com a realidade alagoana, onde participaram, junto com o Augusto Teixeira, Eliana Sá (Coordenadora de Inovação e Pesquisa na FIEA) e o Prof. Reynaldo Ferreira (UFAL).

O terceiro dia de Fórum teve como foco a transformação digital e os impactos da pandemia. Foi um momento de reflexão sobre os impactos que a pandemia gerou no ecossistema local e nacional, e como potencializou oportunidades para inovação.

Seguindo a mesma linha dos dias anteriores, neste terceiro dia participaram Roberto Pereira, da ABDI, Carolina Incerpi, da Startup Bagy, e Vinicius Lages, Diretor Técnico do Sebrae AL. Todos os convidados tiveram como foco a temática transformação digital e oportunidades para inovar nesta pandemia, incluindo o cenário pós pandemia. Também trouxemos como conteúdo para este terceiro dia ferramentas que podem facilitar o desenvolvimento de soluções inovadoras, como o Design Thinking, por exemplo.

No quarto e último dia de Fórum, tivemos como foco ações propositivas para o cenário Alagoas. Foi um dia mais interativo em que contamos muito com o engajamento dos participantes. Ao início da programação do dia, fizemos uma recapitulação dos temas trabalhados até então, e partimos para a programação do dia.

Como ponto importante de alteração em relação aos dias anteriores, desde o início do dia optamos por trazer convidados locais para discutir a realidade do ecossistema local. Participaram deste momento Jonathan Silva, e Milla Pasan. Jonathan trouxe os desafios e oportunidades presentes no afroempreendedorismo, causa em que atua pelo ecossistema. Já Milla trouxe cases de inovação ligados a economia criativa, e fez uma correlação com seus backgrounds em propriedade intelectual. Após a apresentação destes dois convidados, mediamos um painel, ainda com eles, relacionados à inclusão no ecossistema de inovação. Foi um momento muito rico de aprendizados e experiências para fortalecer o ecossistema e abraçar áreas amplas de empreendedorismo, que por vezes é negligenciada.

Após este painel, tivemos um momento focado em diagnosticar o ecossistema de inovação local. Apresentamos três conteúdos ligados ao tema e contamos com a colaboração dos participantes para cocriar uma visão consolidada.

Juntos, os participantes elegeram como prioridade do ecossistema Acesso a Capital Financeiro para apoiar a inovação, Apoio e facilitação política para gerar inovação, e desenvolvimento/apoio a líderes locais. Ainda neste ponto, convidamos alguns participantes, mais ativos ao longo de toda a semana, para “subirem em nosso palco virtual” e nos ajudar a montar cenários possíveis para o ecossistema, baseados nestes três desafios elencados. Foram discutidas as causas raízes destes desafios e facilitado um processo de proposição de desafios estratégicos (baseada no design thinking, que facilita, a partir de uma pergunta “Como podemos…” criar soluções com maior potencial de sucesso). Participaram deste momento, no palco, Ana Cristina Accioly e Salomé Terrazas. Com estas convidadas, também fizemos um processamento sobre a semana, sobre percepções e oportunidades vislumbradas a partir do Fórum.

 

Resultados/Conclusão

Finalizamos o Fórum com um total de 16h de conteúdos e debates sobre inovação, e fortalecimento de ecossistemas de inovação, com um enfoque especial ao ecossistema alagoano. Trouxemos, considerando os quatro dias de evento, 16 convidados para enriquecer o debate e a experiência dos participantes.

Em média, participaram de 30 a 40 participantes por dia de Fórum, porém, como um fator positivo dos eventos online, o conteúdo segue disponível nas redes e poderá ser acessado por mais participantes (compartilhe você também!). A maior parte do conteúdo, se não a sua totalidade, é atemporal e poderá ser divulgado com frequência para fortalecer o debate e propor ações locais.

O engajamento dos participantes, embora em pequeno número, foi notável ao longo de todos os quatro dias. As discussões foram ricas e importantes para o senso de colaboração entre os atores e podem gerar frutos no futuro. E você pode acompanhar tudo acessando os links do evento. Mesmo o foco tendo sido para o Estado de Alagoas, você pode correlacionar com a sua realidade local.

 

 

E se você quiser conversar sobre fortalecimento do seu ecossistema, bora marcar uma call (já que um cafezinho presencial não está recomendado).